Olinda Faria da Costa nasceu a 29 de Julho de 1945, na freguesia de Góios, concelho de Barcelos. Seus pais, Manuel Fernandes da Costa e Balbina Carvalho de Faria, sempre viveram da agricultura. À semelhança de muitas crianças da sua geração, com apenas 11 anos foi obrigada a abandonar a escola, perfazendo apenas a terceira classe, com o objectivo de ajudar os seus pais com os trabalhos do campo. No entanto, a sua mãe tinha outros propósitos para o futuro da sua filha, que era aprender a arte de tecer, pelo que aproveitava todos os intervalos dos trabalhos na lavoura, para dedicar-se à tecelagem. Assim, com muito trabalho e afinco, aos 18 anos já confecionava tapetes e outros trabalhos com grande perfeição. A sua professora fora uma vizinha tecedeira, que para além de a ensinar a tecer também a ensinou a confecionar meias e camisolas em croché.
Olinda Costa foi a única artesã do concelho de Barcelos a utilizar as penas de galinha como matéria-prima nos seus magníficos trabalhos, notabilizando-se pelos tapetes, carpetes e almofadas. Naturalmente, esta matéria-prima retirada das aves, já perecidas, requer um grande trabalho antes da confeção, nomeadamente, as várias lavagens, desinfeção, secagem e seleção. Só após todo este processo é que é possível proceder à produção das peças. No entanto, nem todas as penas são susceptíveis de constar num destes trabalhos, é necessário que tenha um tamanho considerável, pelo que praticamente apenas são válidas as penas da parte lombar e as do peito. Devido à grande quantidade de penas exigidas, Olinda Costa recorria muitas vezes à família, a amigos e a vizinhos para a cedência desta matéria-prima. Para além dos trabalhos de penas, esta artesã também elaborava trabalhos em linho, designadamente, toalhas, colchas, jogos de banho, entre outros.
A artesã era casada com António Menezes da Costa, com quem teve três filhos. Nenhum dos seus filhos continuou com a sua arte mas, a sua filha Elisabete Costa aprendeu esta arte de tecelagem com a sua mãe e sabe fazer os mesmos trabalhos.
Devido à particularidade e originalidade do seu trabalho, D. Olinda Costa sempre foi bastante solicitada para participar nas feiras e mostras de artesanato do país.
Olinda Costa faleceu no dia 11 de Fevereiro de 2019, com 73 anos.