A conferência foi promovida pela Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS) e a Militia Sanctae Mariae (MSM) de Braga, contando com o apoio da Câmara Municipal de Barcelos, do Arciprestado de Barcelos e da Tertúlia Barcelense. O público associou-se a esta iniciativa, acompanhando do princípio ao fim a sessão que incluiu a presença do vigário-geral da diocese de Braga, cónego José Paulo Abreu, de Carlos Gomes da MSM e de Catarina Martins da Fundação AIS.
A sessão incluiu também dois momentos musicais por elementos da Escola de Música Masof e declamação de poesia por Armindo Cerqueira. Nos corredores do Auditório estavam expostos alguns dos 20 painéis da exposição organizada pela Fundação AIS sobre os cristãos perseguidos, e que agora pode ser vista na Biblioteca Municipal de Barcelos até meados de Fevereiro.
Antes da conferência, o Presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Miguel Costa Gomes, deu as boas vindas a D. Ximenes Belo, recebendo-o nos Paços do Concelho.
A abrir a conferência, o Presidente da Câmara Municipal manifestou a satisfação e o orgulho do Município por acolher tão importante personalidade da Igreja e do Mundo e por poder contribuir para a reflexão em torno dos problemas das perseguições religiosas e de todas as formas de perseguição. Miguel Costa Gomes felicitou os organizadores da conferência e reafirmou a disponibilidade do Município para receber e apoiar estas iniciativas.
“A perseguição fortalece a fé”
Na sua intervenção D. Ximenes começou por evocar a Declaração Universal dos Direitos do Homem, referindo-se ao alcance do artigo 18.º: “Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos”.
Estava dado o mote para focar a conferência na perseguição aos cristãos, com particular incidência na antiga Insulíndia, área geográfica que inclui as atuais ilhas da Indonésia e de Timor, onde a missionação portuguesa começou há 450. Referindo vários exemplos de perseguição e de sofrimento aos cristãos ao longo da História, D. Ximenes referiu que a consolidação da igreja timorense é também resultado desse sofrimento. E sublinhou: “O sofrimento, a perseguição, o martírio fazem parte da vida cristã. Onde não há perseguição nunca haverá cristãos verdadeiros”. Por isso, “a perseguição fortalece a fé”.
No final, D. Ximenes respondeu ainda a algumas questões colocadas pelo público.