Quatro anos depois de ter encerrado para a execução das obras, o Museu volta a abrir as suas portas, após um moroso processo que passou pela interrupção prolongada dos trabalhos, devido aos problemas da empresa adjudicatária. As obras iniciaram-se em 2010, mas não foram concluídas; foi necessário lançar um novo concurso para a empreitada final, que se iniciou em outubro de 2012.
Perante um auditório cheio, o Presidente da Câmara explicou que “os problemas técnicos e jurídicos decorrentes da paragem da obra e da insolvência da empresa, acrescidos das limitações financeiras impostas pela Lei dos Compromissos, foram adiando a tão desejada reabertura do Museu de Olaria”.
Falando também na sessão inaugural da reabertura do Museu, a representante da Direção Regional da Cultura do Norte, Isabel Silva, afirmou que o Museu de Olaria é “uma obra notável e um museu de excelência” em diversos níveis, como a investigação, a divulgação e a integração dos artesãos, constituindo uma “referência na rede portuguesa de museus”.
As obras do Museu custaram cerca de 1,3 milhões de euros.
O Museu tem, agora, novos espaços de exposição, com a construção de um novo corpo central, tendo recuperado a estrutura da antiga capela da Casa dos Mendanhas.
No rés do chão funciona a receção, sala de acolhimento, a loja do museu e cafetaria cuja esplanada se estende para o jardim, as salas de documentação, área de reservas, etc. Na capela está a exposição de escultura contemporânea de Alberto Vieira “desamor”.
No primeiro andar fica a sala de exposições temporárias, que tem patente a exposição “O real e o imaginário: memória e identidade no figurado de Barcelos”, e uma exposição sobre o Galo de Barcelos.
Na nova área expositiva, ao nível da sala multimédia e dos ateliês educativos, está patente uma mostra de olaria utilitária, o embrião de uma exposição mais abrangente que completará os novos espaços superiores.
A inauguração da reabertura do Museu de Olaria constituiu o ponto alto das comemorações do Dia da Cidade, que incluiu, ainda o Festival de Bandas Filarmónicas e a entrega do Prémio Literário do Município de Barcelos 2013.
Na sua intervenção, o Presidente da Câmara destacou o exemplo de coragem e de empenho dos barcelenses que há 85 anos elevaram Barcelos a cidade. “É esse gesto refundacional que hoje comemoramos e que queremos tomar como inspirador para melhor podermos cumprir os anseios do nosso tempo”.
E do mesmo modo que “hoje podemos falar dos que no passado cumpriram a sua missão de engrandecer Barcelos e o seu concelho, também no futuro outros falarão de nós e dirão o quanto cumprimos os desígnios dos nossos cidadãos. De nós até poderão dizer que falhamos a perfeição, mas sempre poderão dizer que a tarefa que cumprimos serviu apenas os cidadãos. Repito: serviu apenas os cidadãos!”.
Sendo a cidade “o espaço de realização dos cidadãos”, disse ainda Miguel Costa Gomes, ela “não pertence a corporações ou a partidos, porque não é propriedade de grupos ou de interesses de grupos; não está refém de vontades ou de gostos pessoais, e, por isso não pode ficar presa a projetos megalómanos ou a elaborações mentais perversas. A cidade cumpre-se na defesa intransigente dos cidadãos e, por isso, o exercício do poder só faz sentido quando se governa com verdade!”
No final da sessão evocativa do Dia da Cidade, a vereadora do Pelouro da Cultura, Armandina Saleiro, entregou o Prémio Literário do Município de Barcelos, na categoria de ficção, atribuído a Ricardo Manuel da Silva Coutinho, com a obra “O lugar do aluno na turma”.
O prémio de investigação não foi atribuído.
O programa do Dia da Cidade incluiu ainda um Festival de Bandas Filarmónicas, no Campo 5 de Outubro, com as seguintes bandas participantes: Sociedade Musical de Instrução e Recreio Aljustrelense, Filarmónica de Santa Comba Dão, Banda Musical de Lagares e Banda Musical de Oliveira