Na sessão de apresentação do livro o autor, natural de Vila Cova, explicou a publicação do livro como resultado de uma vida dedicada à investigação da História da freguesia. “Desde muito novo que comecei a ler documentos sobre Vila Cova”, disse Silvestre Costa, que referiu os conselhos e o acompanhamento de professores desde o início desta sua paixão pela investigação histórica, como referiu Victor Pinho na apresentação da obra e do autor.
Na sua intervenção perante um auditório cheio e atento, Silvestre Costa sublinhou que a matéria publicada neste livro é aquela que o conhecimento atual dos factos permite, referindo que a obra “não é um trabalho de meta, não é um trabalho final”, antes está sujeito a correções e a dados novos que, em muitos casos, desmistificam e repõem a verdade histórica das tradições e contos populares.
“Há 30 anos – disse ainda o autor – não conhecíamos a vila romana, a guarita, o menhir”, elementos materiais que foram objeto de estudo por parte de investigadores e que atestam a importância histórica da freguesia.
Sendo uma cronologia de Vila Cova até 1950, a obra não se atém à mera enumeração de datas, mas “uma descrição da realidade do tempo”, referiu também Victor Pinho, que acrescentou: “Vila Cova tem de estar feliz com este livro! Silvestre Costa põe Vila Cova a falar no tempo e no espaço”.
Quanto à apresentação do livro – que contou com a presença do Presidente da Casa do Povo e do Presidente da Junta de Freguesia – foi considerado pelo Diretor do Agrupamento de Escolas um acontecimento de “índole cultural e educativo relevante” para a freguesia e para a Escola.
Na sua intervenção, a vereadora Armandina Saleiro felicitou o autor pelo trabalho de investigação e de divulgação desenvolvido ao longo de décadas, bem como a iniciativa da Casa do Povo em apoiar a edição do livro.
“A Câmara Municipal apoiou desde o primeiro instante esta intenção da Casa do Povo”, adquirindo vários exemplares para distribuir pelas bibliotecas escolares para dar a conhecer aos alunos a riqueza patrimonial e histórica do concelho.
Recorde-se que a freguesia atual resulta da integração da extinta paróquia de S. Salvador de Banho, que teve autonomia desde tempos anteriores à nacionalidade até meados do século XIX. Dos factos históricos mais relevantes da História desta freguesia há a referir uma vila romana no sítio do “Paço” e o mosteiro do Banho, mosteiro agostinho fundado no século XII.
Silvestre Matos da Costa nasceu a 1935.02.20, no lugar de Mareces (Casa da Loura). Frequentou o seminário de Braga no período de 1946/1955 e, após prestação do serviço militar (18 meses, em Coimbra, Lisboa e Santa Margarida), ingressou nos quadros da função pública. Manteve-se em Castelo Branco durante 5 anos, transferindo-se para Lisboa em fins de 1962, cidade da qual apenas se afastou durante o ano de 1967, em que prestou serviço em Leiria.
Licenciou-se em Sociologia pelo ISCTE (Lisboa) em 31 de julho de 1977.
Muito interessado pela história da freguesia, pesquisou em vários arquivos oficiais e coleções particulares, e foi publicando diversos trabalhos nos semanários “O Barcelense”, “A Voz do Minho” e “Jornal de Barcelos”, no último caso entre maio/1996 e maio/2001, sobre a rúbrica “Notas Soltas”.
Colaborou ainda no jornal vilacovense “A Guarita”, desde o seu número 4, sem interrupção, e ainda em alguns números especiais do jornal paroquial “Paz e Amor”. Teve também alguma colaboração no jornal “Farol Esposende” entre junho de 1993 e julho 1994. No “Jornal de Fragoso” (nº 130, de julho/setembro de 2001), veio a concluir um estudo sobre o respectivo couto. Publicou igualmente alguns trabalhos, quer sobre Vila Cova, quer sobre Curvos e Palmeira do Faro, no “Boletim Cultural de Esposende” (números 11/12, 17, 18 e 19, correspondentes ao período 1987/1997) e, em “Barcelos Revista” (nº 9-10, 2ª série, 1998/1999), publicou um trabalho sobre “Comendas da Ordem de Cristo no Concelho de Barcelos”.