No final, a vereadora do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Barcelos, Maria Elisa Braga, agradeceu aos grupos a participação neste Festival, apelando aos grupos do concelho para um maior envolvimento em próximos festivais e sublinhando a excelente adesão do público a esta iniciativa.
O Festival, disse ainda Maria Elisa Braga, continuará a dar um contributo forte ao Teatro Gil Vicente e à dinâmica teatral do concelho, esperando-se algumas novidades em próximas edições.O programa do Festival teve início em 27 de setembro com a estreia da peça “As Criadas”, de Jean Genet, pela Capoeira – Companhia de Teatro de Barcelos, entidade que também organiza este Festival, tendo-se realizando 15 espetáculos por 13 grupos e companhias de teatro, seis das quais do concelho de Barcelos e as restantes do norte do país.
No final, foi apresentada a peça “Confidências do Pinta-Ratos na taberna do Zé do Porco”, com texto, encenação e interpretação de Fernando Pinheiro, elemento da Capoeira.A peça relata a vida de Hernâni Lemos, “Naninho Pintor”, ou o célebre Pinta-Ratos, que nasceu em 1914, no Brasil e faleceu no ano 2000, em Barcelos. Morou junto à ponte românica de Barcelos, também na chamada “ilha da estação” e, por último, em Tamel S. Veríssimo, em cujo cemitério está sepultado.
Viveu da pintura, ofício que lhe permitiu criar onze filhos, embora com grandes dificuldades. Nunca teve qualquer distinção pública, nem nunca recebeu qualquer abono para acudir às necessidades da sua numerosa família, e só depois do 25 de Abril conseguiu uma pequena reforma. Por não querer afastar-se dos filhos pequenos, recusou ir estudar pintura para o Porto, conforme chegaram a propor-lhe.
Complementava a vida de pintor com atuações em concursos musicais de projeção nacional, como foi o caso do concurso Os Companheiros da Alegria, do Igrejas Caeiro, no qual tirou um 1º prémio, e dedicava-se também a contar histórias, um pouco por toda a parte. Celebrizou-se, contudo, a pintar os carrosséis das Festas das Cruzes, nos quais começou por fazer réplicas da banda.
No final do espetáculo foi feita a entrega dos prémios desta edição, que ficaram assim atribuídos:
Prémios do 27.º Festival de Teatro de Barcelos
Melhores Figurinos“Quem desdenha quer amar” – Associação D’Improviso
Melhor Cenografia“Sobre a mesa de cabeceira” – Companhia de Teatro Poucaterra (Entroncamento)
Melhor Sonoplastia“Fábrica de Nada” – Teatro Experimental de Mortágua
Melhor Iluminação“Sobre a mesa de cabeceira” – Companhia de Teatro Poucaterra (Entroncamento)
Melhor Interpretação FemininaCatarina Reis – “Nem louco, nem morto” – Teatro Olimpo
Menção Honrosa Rute Lourenço – Companhia de Teatro Poucaterra (Entroncamento)
Melhor Interpretação MasculinaToni Nobre – “Fábrica de Nada” – Teatro Experimental de Mortágua
Menção HonrosaRafael Vergamonte – “Sobre a mesa de cabeceira” – Companhia de Teatro Poucaterra (Entroncamento)
Melhor EncenaçãoRafaela Santos – “Fábrica de Nada” – Teatro Experimental de Mortágua
Melhor Espetáculo“Sobre a mesa de cabeceira” – Companhia de Teatro Poucaterra (Entroncamento)