A Câmara Municipal de Barcelos assinou hoje (dia 4) o auto de consignação da empreitada de “Recuperação e remodelação da Casa Conde Vilas Boas”, obra orçada em cerca de 2,8 milhões de euros. A empresa responsável pela execução dos trabalhos é a Costeira – Engenharia e Construção, S.A., e tem 18 meses para concluir a empreitada. Para o presidente da Câmara, Mário Constantino, o “arranque desta empreitada marca o início de um conjunto de obras com grande importância para a cidade e para o concelho, a ser concretizadas durante o mandato”. No caso concreto da Casa Conde Vilas Boas, o presidente sublinhou a importância desta “recuperação no contexto da preservação do Centro Histórico e da dinamização cultural da Cidade”.
Os trabalhos a executar visam reabilitar integralmente este edifício, permitindo criar um equipamento vocacionado para a memória e para a realização de eventos que possam atrair dinâmicas de outras instituições. Simultaneamente, recupera-se também a qualidade paisagística do ambiente urbano da margem direita do rio Cávado e da Ponte Medieval.
Na intervenção a desenvolver na Casa Condes Vilas Boas, está prevista a preservação do enquadramento original, com a conservação de alguns elementos arquitetónicos, nomeadamente de fachadas, e a recuperação e reprodução fiel de alguns elementos decorativos.
A empreitada faz parte do conjunto dos projetos inscritos no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) – programa cofinanciado pela União Europeia.
Reabilitação visa preservar enquadramento original e dotar o edifício de valências expositivas
Segundo a memória descritiva do projeto, “procura-se a complementaridade da reabilitação do imóvel existente, como papel fundamental para a sua validação histórica, artística e cultural, com os novos usos que irá ter”. No projeto, houve a intenção de preservar o enquadramento original do conjunto, conservando os elementos arquitetónicos com alto valor patrimonial. A recuperação quer preservar com fidelidade alguns elementos decorativos, para que a originalidade do imóvel, na sua globalidade, seja mantida. “Desta forma, não se pretende danificar a composição de alçado e desenho dos vãos. Pelo contrário, as tarefas de preservação e conservação terão em conta a recuperação de fachadas, de partes do edificado e de alguns elementos artísticos que constituem o espólio. Importa, por isso, ressalvar que o impacto das novas construções e das ampliações será mínimo. Para tal, será adotada uma metodologia de diagnóstico prévio, onde serão feitas várias análises e estudos que viabilizem e salvaguardem, não só a recuperação do património, como a implementação do novo projeto. Considera-se que o objetivo primordial seja a compatibilização da recuperação patrimonial com a execução do projeto proposto, por meio de uma intervenção completa e rigorosa”.
A Casa Conde Vilas Boas, que remonta à época setecentista, tem adjacente uma área de jardim voltada para o Cávado. Está situada muito próximo do núcleo mais representativo do Centro Histórico e fica paredes-meias com um significativo conjunto de equipamentos, entre eles o Paço dos Condes de Barcelos, a Igreja Matriz, os Paços do Concelho, o Theatro Gil Vicente, o Museu de Olaria, e a Biblioteca Municipal.
Está previsto que, depois de recuperado, o edifício acolha espaços expositivos, sala multiusos, loja, cafetaria, e um anfiteatro ao ar livre.