A Sala da Capela do Museu de Olaria tem patente, de 5 de outubro a 8 de janeiro de 2023, a exposição “Binde à Festa” de Delfim Manuel. A mostra é o resultado de um processo criativo que integra uma das temáticas favoritas de Delfim Manuel – a Festa. É o perfeito cruzamento da tradição popular do território minhoto, com a sua própria identidade, essência e sentido estético. Aqui, as suas raízes aliam-se à constante inovação que imprime nas suas composições, conferindo-lhes uma capacidade de comunicação que contagia, todas elas explodem de alegria, de festa e de muito folclore. A exposição é uma afirmação da excelência artística deste artesão nacional, que há 43 anos desenvolve produções únicas inspiradas, mormente, em situações do quotidiano, suportadas pelo imaginário popular ou erudito, quase sempre providas de um sentido estético onde abundam composições de linhas delicadas, porém perpetuamente sinuosas, onde frequentemente predominam cenários algo bucólicos ou de cariz popular, e onde as personagens representadas não são estáticas, antes pelo contrário, parecem estar em pleno movimento, a conversar, a trabalhar, a dançar, a beber ou a jogar, homens, mulheres, jovens e crianças parecem passar uns pelos outros, trocar olhares, conversas e até segredos. Esta exposição é o reflexo da excelência da sua linguagem criativa muito própria e de um domínio estético que torna Delfim Manuel inconfundível. A exposição pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 10h00 às 17h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30. Sobre o autor – Delfim Manuel Nasceu há precisamente 54 anos, no dia 23 de julho de 1968, na freguesia de Bairro, em Vila Nova de Famalicão, no seio de uma família numerosa, onde era 1 de 12 irmãos. Até aos 10 anos de idade, o artesanato foi um absoluto desconhecido na sua vida. No entanto, durante as suas férias escolares do verão de 1979, contactou pela primeira vez com a matéria que lhe viria a moldar em absoluto a vida – o Barro. Nesse ano, integrou o primeiro grupo da Escola de Cerâmica da atual Fundação Castro Alves, e a paixão nasceu. Pouco depois, após concluir o 6ºano, e embora contra a vontade de seus pais, abandona a escola para se dedicar integralmente à sua recém-descoberta paixão pela produção em barro, na referida Escola de Cerâmica, local onde irá permanecer os 18 anos seguintes. Tempo que Delfim reconhece como tendo sido fundamental na sua aprendizagem de técnicas e no desenvolvimento da expressão artística integralmente dedicada à produção de figurado. |