A caminhada nocturna à Laje dos Sinais, um sítio arqueológico pertencente à Sociedade Martins Sarmento e que está a ser intervencionado ao abrigo de um protocolo com a Câmara Municipal de Barcelos, mostrou-se ser uma escolha acertada para assinalar uma iniciativa que se repete em muitas cidades europeias e para sensibilizar a população para a preservação deste sítio arqueológico.
Equipados com lanternas, os participantes, entre os quais estavam a vereadora com o pelouro da Cultura, Armandina Saleiro, e o Presidente da Junta de Freguesia das Carvalhas, José Fonte, fizeram o percurso pedonal entre a igreja paroquial e o local arqueológico. Na ocasião, a autarca manifestou-se satisfeita com a adesão do grupo, “não só em número como também na participação activa ao longo de toda a caminhada” já que foram muitas as questões colocadas aos arqueólogos, Cláudio Brochado e Gonçalo Cruz, sobre os significados possíveis das gravuras. “Esta visita nocturna à Laje dos Sinais revestiu-se de um significado ímpar e muitos visitantes reconheceram que, apesar de já as terem visto, nunca se tinham apercebido da beleza e da importância destes sinais, o que vem reforçar ainda mais o valor da intervenção que a autarquia está a fazer no local”, adiantou a vereadora.
Nos trabalhos de arqueologia que ali foram feitos recentemente durante a noite, foi utilizada a luz artificial para melhor detectar novos motivos gravados na Laje, até agora imperceptíveis. A parceria entre o serviço de Arqueologia da Câmara Municipal permitiu a identificação de uma outra rocha com gravações, também ela desconhecida. À luz do protocolo com a Sociedade Martins Sarmento, a Câmara Municipal procedeu à limpeza da área e, no âmbito da gestão do sítio, está a estudar, em articulação com a Junta de Freguesia, a possibilidade de alteração o percurso do caminho que passa sobre a Laje.
Conhecida desde finais do século XIX, a Laje dos Sinais é um painel quase inteiramente gravado com círculos, meandros e covinhas, pertencente ao chamado ciclo da arte Atlântica, datável entre a Idade do Bronze e a Primeira Idade do Ferro. No final da visita, o grupo foi brindado com a encenação teatral da Companhia de Teatro A Capoeira, na qual o jogo de luzes e as personagens fantasma ajudaram a adensar o ambiente de mistério que rodeia as gravuras rupestres esculpidas nas rochas.
As Jornadas prosseguiram no domingo, dia 25, com a representação do Drama dos Doze Pares de França ou Auto da Floripes, no terreiro do Paço dos Condes, uma expressão de teatro popular encenada pela Associação Drama Doze Pares de França Auto de Floripes de Palme, que contou com a participação da Banda de Música de Oliveira. Mais uma vez a população marcou uma forte presença neste evento, podendo acompanhar o desenrolar da peça de teatro que faz parte do repertório do património imaterial do concelho, tema escolhido pelo Município de Barcelos para assinalar as Jornadas.
Ainda no âmbito das Jornadas Europeias será inaugurada no dia 7 de Outubro, às 21h30, na Sala Gótica dos Paços do Município, uma exposição sobre a fundação da Casa de Bragança, sua extensão e importância na História Nacional, em parceria com os Municípios de Cabeceiras de Basto e de Montalegre e o Paço dos Duques de Guimarães. Estará patente até 27 de Novembro.