Adelino Ângelo nasceu em 1931, tendo fixado residência em Guimarães, onde foi professor. Retratou altas individualidades da política, da religião e da cultura, uma obra “vincada pela fusão de emoção, originalidade e sentido de criação”, como o próprio afirma.
Os quase trinta trabalhos expostos na Biblioteca Municipal vão muito para além do retrato, incidindo sobre a fragilidade dos homens e da sua condição social. São figuras apresentadas de modo cru e sem simbolismos, porque, como diz Adelino Ângelo “o verdadeiro artista é aquele que provoca, razão porque denuncio com a minha pintura o rosto da sociedade em que vivo”.
Lá-Salett Magalhães expõe cerca de dezena e meia de obras. Formada em arquitetura, pintura e escultura em Portugal, recebeu formação artística durante cinco anos no estrangeiro, expondo os seus trabalhos desde 2000. A sua atividade profissional está ligada à decoração.
Exposição no Posto de Turismo
Está patente até 17 de março, no Posto de Turismo de Barcelos, a exposição “O meu mundo, de Fernando Portela, um conjunto de 27 quadros que este autor, filho de barcelenses, traz a público.
Desde tenra idade, Fernando Portela privilegiou a pintura uma forma de expressão, embora tenha enveredado pelo trabalho da cerâmica que era a arte da terra e da sua família. “Gosto de pintura, mas a minha vida foi a cerâmica e o têxtil”. Aos 21 anos cumpriu o serviço militar em Timor e deixa-se contagiar pelas cores e exotismo da cultura timorense, voltando a pintar. Dois anos depois emigra para Espanha para continuar a trabalhar na cerâmica, onde fica até finais dos anos setenta. Volta para Barcelos e vira-se para a área têxtil. Nesta atividade tão intensa pouco tempo lhe sobra para a pintura, mas sempre que pode regressa à pintura.
Muito ligado à vida da comunidade de Galegos Santa Maria, onde mora, adia a criação de mais quadros e pinturas, ainda que confesse que possui “telas com mais de 40 anos, são a prova do que pintava naquele tempo longínquo”.
Na sequência de problemas de saúde, fica sem voz. Fernando Portela começa a expressar-se pela pintura, recuperando não apenas física e psicologicamente mas também a confiança nas suas qualidades artísticas.
Auto-didata, afirma: “não tive formação, mas gostava de ter… a vida não deixou, mas esta é a minha vocação”. E acrescenta: “a pintura é uma forma de me evadir do mundo. Fico sozinho neste mundo, longe das memórias do passado que me apoquentam. A pintura acalma-me o espírito e faz-me viver”.