A exposição é inaugurada no sábado, dia 27 de abril, às 18h00, e é organizada pela Câmara Municipal de Barcelos e pela Fundação de Serralves, sendo comissariada por Luísa Costa Dias. Estará patente, todos os dias, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00.
Sobre estas fotografias disse Júlio Pomar: “(…) A convocação que fiz ao olhar dos fotógrafos sobre as minhas esculturas era a de que imaginassem ouvir a voz de cada peça a dizer-lhes: Faz de mim o que quiseres!”
Gérard Castello-Lopes diz que “as ‘assemblages’ de Júlio Pomar… não são obras programadas, mas sim realizadas ou adoptadas quase que involuntariamente com a ajuda do tempo, que da obra se alheia e simultaneamente a vai fazendo através da descoberta (ou proposição) de um encontro de afinidades ou complementaridades.”
E José M. Rodrigues refere: “Comecei por reparar que as peças do Júlio pareciam ter sido feitas como fotografias, pela ‘assemblage’, pela união dos elementos. A minha maneira de trabalhar tem a ver com o acumular de sensações, ou com conjuntos de fotografias que vou fazendo e, como disse Saramago, ‘nisto, encontro aquilo’. Tem muito a ver com o ponto de partida do Júlio com as suas peças, e é por aí que eu próprio vou traçando caminhos”.
Júlio Pomar nasceu em Lisboa em 1926, tendo frequentado as Escola de Belas Artes de Lisboa e do Porto. É considerado um dos maiores nomes da arte portuguesa e europeia, na pintura, escultura e ilustração.
Com um percurso artístico marcado pelo neo-realismo, foi influenciado por grandes muralistas mexicanos, datando do início da década de 40 as suas primeiras exposições. Assumindo uma clara contestação ao regime político então vigente em Portugal, Pomar vem a integrar a comissão central do Movimento de Unidade Democrática. Devido à sua participação nas lutas estudantis é-lhe interditada a freguência na Escola de Belas Artes do Porto.
Realiza diversas obras e exposições no Porto e em Lisboa nos anos seguintes, passando parte da década de 60 em Paris, com os acontecimentos de maio de 68 a serviram de inspiração para as suas pinturas.
Encontrava-se em Lisboa quando ocorreu o 25 de abril de 1974, vivendo intensamente o período que se seguiu. Na década de 80 realiza a decoração de uma estação do Metro em Lisboa, viaja até ao Brasil onde o convívio com os índios que dá uma nova inspiração.
Com o decorrer do tempo, o autor vai-se afastando da estética neo-realista, explorando por novas abordagens do mundo.
Gérard Castello-Lopes, (Vichy, 1925 – Paris, 2011) foi fotógrafo, crítico e distribuidor de cinema, foi um dos fundadores do Centro Português de Cinema, júri do Instituto Português do Cinema e membro do Conselho Consultivo da Culturgest.
Como fotógrafo, foi inspirado por Henri Cartier-Bresson, tendo realizado inúmeras exposições individuais e coletivas
José M. Rodrigues, nascido em 1951, fez os seus estudos de fotografia na Holanda, tendo obtido o Prémio de Fotografia Criativa em 1982 e o Prémio Pessoa em 1999. Realizou várias exposições individuais e coletivas.