O “Presépio a 7 Artes”, instalado na Sala Gótica dos Paços do Concelho de Barcelos, vai ficar aberto ao público mais três semanas do que o previsto, podendo assim ser apreciado até 19 de janeiro. Este prolongamento temporal fica a dever-se ao facto de ainda se verificar grande afluência de público, assim como do interesse manifestado por alguns estabelecimentos de ensino em fazerem visitas de estudo com os seus alunos.
Recorde-se que o presépio tem também sido objeto de reportagens de televisão, a mais recente das quais passou no Porto Canal, no programa “Caminhos da História”, da responsabilidade do historiador Joel Cleto. De facto, o “Presépio a 7 Artes” não deixa ninguém indiferente. Trata-se de uma “obra” que reúne criações de 39 artesãos de Barcelos, das mais variedades artes e ofícios populares do território barcelense, e pela sua dimensão, enquadramento, e sobretudo pela quantidade e diversidade artística das peças que o compõe, é motivo de admiração de todos os que o visitam.
No texto de apresentação da iniciativa – patente no edifício da Câmara Municipal, até ao final do mês de janeiro – lê-se que este presépio é “uma homenagem ao Natal, mas também à arte popular barcelense, pois representa o sentido criativo de cerca de quatro dezenas de artesãos do concelho, de múltiplas produções e gerações. A cada uma das peças singulares que o compõem, o Município adicionou composições de elevado valor histórico, pertencentes ao espólio do Museu de Olaria, com destaque para “alguns dos grandes vultos do artesanato local que fazem parte da galeria dos notáveis da identidade da arte popular local e nacional”.
Composto por cerca de uma centena de peças este presépio constitui um “retrato da vida quotidiana popular de um passado não muito longínquo, porém profundamente marcado pela expressão característica do Minho e das suas gentes, mas, mais do que isso, reflete um sentimento coletivo de outros tempos e momentos de uma identidade e de um imaginário local”.
Como é de reconhecimento geral, o concelho de Barcelos foi, desde sempre, um terreno fértil para a criatividade, particularmente no panorama das artes e ofícios tradicionais e, como tal, o presépio tornou-se também numa das criações mais relevantes do figurado local. Assim, a ideia de criar um “Presépio a 7 Artes” é antes de mais um elogio ao artesanato local, não só patente nas produções barristas, mas também nos trabalhos em madeira, ferro, cestaria, bordado de crivo e em expressões de artesanato contemporâneas como é o caso da pasta de papel.
Neste presépio encontram-se criações de: (por ordem alfabética) Agostinho Coelho, Alberto Pinto, António Ramalho, António Salgueiro, Bernardino Coelho, Carlos Dias, Carolina André, Cidália Trindade, Conceição Messias, Conceição Sapateiro, Daniel Alonso, Domingos Ferreira, Eduardo Barbosa, Eduardo & Jesus Pias, Ermelinda Rodrigues, Fernando “Russo”, Inês Machado, Irene Salgueiro, Irmãos Baraça, Irmãos Mistério, João Ferreira, João Rêgo, Joaquim Messias, Joaquim Pinto, Júlia Côta, Júlia Martins , Júlio Ferreira, Laurinda Pias, Lourdes Ferreira, Luísa Pereira, Manuel Carvalho, Manuel Macedo, Mina Gallos, M. S. Cordeiro, Nelson Oliveira, Prazeres Côta, Renato Mendanha, Rosa Portela e Telmo Macedo.
O presépio pode ser visitado na Sala Gótica dos Paços do Concelho, de segunda a sexta-feira das 10h às 17 horas e aos sábados, domingos e feriados das 10h às 12h e das 14 às 17 horas.