Francisco de Val Caseiro nasceu, a 24 de Abril de 1911, na freguesia de Areias de S. Vicente. De apelido familiar “Branco”, aprendeu o ofício muito jovem, por volta dos treze anos de idade.
Em 1938 emigrou para o Brasil, onde viveu durante onze anos. Regressou a Portugal para seis meses mais tarde voltar às terras de Vera Cruz, e daí para a Venezuela, onde trabalhou como operário.
Em 1963 regressou definitivamente a Portugal para viver na sua aldeia onde exerceu o ofício de oleiro e ceramista na feitura tanto de peças decorativas e utilitárias (louça preta e louça branca) como de figuras modeladas. A sua cerâmica tinha características bem pronunciadas, cores fortes e vivas e formas estéticas de grande valor. Fazia peças em vidrado, especialmente canecas, canecas de segredo, moringas e vários ensaios de azulejos, assim como, figuras decorativas bastante típicas. Elaborou ainda pequenas “malgas de compota”, muito funcionais, que ficaram conhecidas em toda a região.
Dedicou-se durante algum tempo à feitura de louça preta, ficando conhecido a esse propósito pelo “Sr. Branco da louça preta”. Uma ironia na vida de um homem que deu que falar, por volta do ano de 1978, ao expor a sua visão sobre o 25 de Abril através de figuras modeladas. Imagens que correram o país em jornais e revistas acompanhadas de depoimentos que retratavam um homem autêntico, determinado e de ideias bem definidas.
“Branco” é recordado, atualmente, como um homem que queria ser eterno para ver imortalizada a sua obra e criatividade como ceramista.
Faleceu no dia 24 de Julho de 1979, e com ele uma visão muito própria do mundo que agora se homenageia, dando forma a um dos seus desejos, a imortalização da sua obra.